quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

MÁSCARAS




carnaval, festa do povo; quanta folia,
a bateria afinada mostra o samba novo,
as mulheres vestidas de tão pouco,
indiscriminada, gostosa heresia.
pecados fantasiados de sereias,
quanta cerveja, combustível da ilusão,
não perca o ritmo, a correta marcação.


se extravassam sem medo,
atrás de máscaras inexistentes,
até o amanhã chegar, quase cedo,
parecem tão contentes;
esquecem divídas, desemprego,
violência, como se tudo fosse passar
Na Escola de Samba S/A.
até quarta-feira ...

espetáculo de aromas, cores.
confetes, pedacinhos de utopia,
serpentinas cortam o ar, sudorífero.
apitos, tamborins, surdos gritam
os acordes da canção de antigamente,
é carnaval, é alegria, no salão,
nas ruas enfeitadas,
nas almas lavadas,
e passadas,
dançando no caminho
do bloco do eu sozinho!

[gustavo drummond]

Nenhum comentário:

Postar um comentário