sábado, 2 de outubro de 2010


POETA-PALHAÇO

Esculpe versos tão belos, fala, fluente, de amor
semeia alegria, jardim de versos, encanto,
sensações e adjetivos que não tem na vida.
no escuro, sua alma tinge de toda cor,
demonstra sentidos, sentimentos, acalantos,
sobrepõe a dor aguda, a dolorida ferida,
disfarça a cólica, hemorragia da mente,
cria verdades que desconhece no momento,
ser poeta; se veste de palhaço por dentro,
encena sorrisos, arco-íris, borboletas astrais,
ninguém sabe, que a alma do vate demente,
está ocupada com estigmas, fendas, sinais,
imersos em lágrimas, que insiste não haver,
tenta ser super-homem; o humano habitual.
um dia, tomara, todos vão entender,
que nas entrelinhas dos versos; vive seu mal,
camuflado em fantasia,
felicidade postiça,
visível ironia,
que o enfeitiça.

[gustavo drummond]

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