segunda-feira, 30 de março de 2015

ingenuidade

Inútil tempo,
espera  infeliz.
Perdi o poema, 
  a inspiração. 
 Sem versos,  
sigo...
Penso, recordo,
tento entender
e,já sem rima,
única  saída:
Coracão para.
Apaga minha vida,
fim !
vl.






  







terça-feira, 24 de março de 2015

De tantos caminhos
De tantos sentidos
De tantas palavras
sem sentido e
descaminhos...
Há a música
    que ainda toca !
vl.   


domingo, 22 de março de 2015

sobre a vida ...

Carrasco de  si,
carrasco da vida. 
Aniquilou todos os sonhos,
obseno, ignóbil, fraco,
sustenta um desamor.
Engolindo a dor,
sobreviva...
vl.

caderno

Uma anotação,
um telefone
um nome. E,
uma lição:
não há agenda!
apenas em um caderno
onde se escreve:
Nunca mais se engane, 
nunca mais  ame.
Não há esperança ,
não  há coração! 
vl

quinta-feira, 19 de março de 2015

Drummond

Ausência

Por muito tempo achei que a ausência é falta.

E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.


No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra

tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.

sábado, 14 de março de 2015

Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
Janelas do meu quarto,
Do meu quarto de um dos milhões do mundo.
que ninguém sabe quem é
( E se soubessem quem é, o que saberiam?),
Dais para o mistério de uma rua cruzada constantemente por gente,
Para uma rua inacessível a todos os pensamentos,
Real, impossivelmente real, certa, desconhecidamente certa,
Com o mistério das coisas por baixo das pedras e dos seres,
Com a morte a por umidade nas paredes
e cabelos brancos nos homens,
Com o Destino a conduzir a carroça de tudo pela estrada de nada...
fragmento Fernando Pessoa 

sexta-feira, 13 de março de 2015

Engano

Enganado,
explorado,
maltratado.
parecia  fácil,
o engano, 
o uso,
um pseudo abuso que te prendeu.
Aconteceu...
Agora sofrem.
Você e eu.
vl.

quinta-feira, 12 de março de 2015

traição

Um pensamento...
uma lembrança,
De perdidos momentos,
sua inconstância.
sangra o descarte 
o corte,  dor.
Grande mentira...
A sua vida !

V    L

sexta-feira, 6 de março de 2015

sinceramente...

Se eu gosto de poesia ? Gosto de gente (sincera),

bichos, plantas, lugares, chocolate, vinho, papos 

amenos, amizade, amor. Acho que a poesia está contida 

nisso tudo.

Carlos Drummond