Saiba morrer o que viver não soube, diz o poeta.
Então o poema é assim mesmo.
Você aceita tentar e você tenta
Escolheu a mentira,
a falsa alegria,
o faz de conta
de um conto sem saída...
Então.
Qual é a solução ?
Suas noites mal dormidas,
De amarguras da rotina.
De incertezas da corrida,
rumo ao dia que não tem.
Sorriso escancaradamente
Forçado,
Forjado.
Driplando a vida que segue ...
sábado, 23 de abril de 2016
quinta-feira, 21 de abril de 2016
Aprisionado perdido
"Somos assim. Sonhamos o vôo, mas tememos as alturas. Para voar é preciso amar o vazio. Porque o vôo só acontece se houver o vazio. O vazio é o espaço da liberdade, a ausência de certezas. Os homens querem voar, mas temem o vazio. Não podem viver sem certezas. Por isso trocam o vôo por gaiolas. As gaiolas são o lugar onde as certezas moram.
É um engano pensar que os homens seriam livres se pudessem, que eles não são livres porque um estranho os engaiolou, que se as portas das gaiolas estivessem abertas eles voariam. A verdade é o oposto. Os homens preferem as gaiolas ao vôo. São eles mesmos que constroem as gaiolas onde passarão as suas vidas."
quarta-feira, 13 de abril de 2016
sexta-feira, 1 de abril de 2016
Amar Intensamente
De que vale no mundo ser-se inteligente, ser-se artista, ser-se alguém, quando a felicidade é tão simples! Ela existe mais nos seres claros, simples, compreensíveis e por isso a tua noiva de dantes, vale talvez bem mais que a tua noiva de agora, apesar dos versos e de tudo o mais. Ela não seria exigente, eu sou-o muitíssimo. Preciso de toda a vida, de toda a alma, de todos os pensamentos do homem que me tiver. Preciso que ele viva mais da minha vida que da vida dele. Preciso que ele me compreenda, que me adivinhe. A não ser assim, sou criatura para esquecer com a maior das friezas, das crueldades. Eu tenho já feito sofrer tanto! Tenho sido tão má! Tenho feito mal sem me importar porque quando não gosto, sou como as estátuas que são de mármore e não sentem.
Florbela Espanca
Florbela Espanca
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