quinta-feira, 30 de junho de 2011

lispector

"Sim, minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem das grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite."

terça-feira, 28 de junho de 2011

O que sei - Mauro Veras

é que as preces
salvam, não o corpo
mas a alma!


e que os olhos em janela
para o amor, trazem
mais que o infinito ...


e que o beijo do vento
são os lábios do Tempo
dizendo: estou contigo!


O que sei


é que és o que sei:
este sangue na veia do carinho,
este poema que a Poesia ofereceu ...

REVIVENDO



Enxuguei o pranto,
E vesti a face com um sorriso.
Ascendi uma luz brilhante na alma,
Fiz disso minha bagagem...

Saí por aí, em busca da felicidade!

Ruth Maria Perrella_____

sexta-feira, 24 de junho de 2011


"...há impossibilidade de ser além do que se é -
no entanto eu me ultrapasso mesmo sem o delírio,
sou mais do que eu, quase normalmente -
tenho um corpo e tudo que eu fizer é continuação
de meu começo......
a única verdade é que vivo.
Sinceramente, eu vivo.
Quem sou?
Bem, isso já é demais...."


Clarice Lispector

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Amar



Fechei os olhos para não te ver
e a minha boca para não dizer...
E dos meus olhos fechados desceram lágrimas que não enxuguei,
e da minha boca fechada nasceram sussurros
e palavras mudas que só a ti dediquei...

O amor é quando a gente mora um no outro.

Mário Quintana

sábado, 18 de junho de 2011

SE TUDO NÃO FOSSE SONHO

Se tudo pudesse ser
Do jeito que é agora,
Do jeito em que me devora
Com tanta ânsia assim...

Se tudo fosse a você
O amor louco que me têm,
O amor que te contêm
Dentro d’alma pra mim...

Seria infinita a paixão,
Seria sem saudade ou ilusão
A forma louca d’eu te amar.

(Se tudo não fosse sonho)
O amor que te disponho,
Eu não mais queria acordar.

(Poeta Dolandmay)

segunda-feira, 13 de junho de 2011

2. Desejos

Há lugares em que jamais pisaríamos, não fosse a ansiedade por viver e o medo por morrer. Lembro da enorme mangueira no quintal, e que eu subia e descia todos os dias em minha imaginação. Até hoje penso em retornar àquele quintal e subir até o galho mais alto e fino, como o macaco que foge da grande serpente ou do pesado leopardo, fugindo da morte e, ao mesmo tempo, se arriscando, no tombo, a conhecê-la.


É improvável que eu suba nela nalgum dia. Hoje, me submeto aos leopardos e às serpentes e me deixo morrer paulatinamente, por suas picadas e mordidas. E o céu já não me encanta, e o medo da morte já não me hipnotiza. E chegar no último galho poderia trazer a frustração de saber que a escalada não tem tanta sedução quanto a vontade necessária de percorrê-la. E eu prefiro a sedução. E eu preciso levar comigo aquela mangueira intransponível e impenetrável, como símbolo da vontade de chegar a lugares aonde jamais pisaríamos, não fossem o delírio e a precisão dos desejos.


E a imaginação, como porta, enlevando os desejos ...



Mauro Veras


Do livro CONTOS IN CON GRU ENTES (Obra literária sob registro ISBN 83-0615, CDD 861.4 CDU – 861.033, Prosa Brasileira Contemporânea, de 2005).
"Mesmo quando não estou pensando em você,
sinto um pensamento constante a seu respeito,
como a música que acompanha os filmes."

[Clarice Lispector]

sexta-feira, 10 de junho de 2011

1. Pessoas

No princípio, eu acreditava que as pessoas eram simples e diferentes. Aquele era o tio, a outra era a prima, o médico, a professora e todos mais. Com o passar do tempo, e a troca dos espaços, suas faces de diversos matizes e formas não conseguiam mais ocultar suas aspirações e a complexidade por debaixo delas. As simples diferenças que carregavam dentro e mesmo fora, falsas ou reais, viravam materiais de emoção e a dor de sabê-las. Hoje, as observo pelas ruas, shoppings e noites, e vejo somente o quanto são únicas, em suas indumentárias comuns de ossos e carne.

Filosofias à parte, a parte que me tem tocado é a mesma que se pode observar nas estrelas em seus grupos de solidão, de solitárias luzes no todo de uma profunda escuridão. Através do breu da noite escura ou da agrura de olhar através da intensa claridade de seus brilhos, só se pode mesmo observar bem a escuridão imanente à sua volta. E elas estão ali, reluzentes, as estrelas cegas de si mesmas, como fossem pessoas pelo espaço celeste.


Gentes são como desejos complexos, relativas em seu brilho ou em sua tez opaca, e para quem tem sede de sabê-las jamais serão absolutas. E, ao gosto do tempo estanque e do espaço que gira, vão se tornando iguais em suas diferenças, tendo como pano de fundo o infinito do mundo.


Há lugares em que jamais pisaremos ...
 

Mauro Veras
Do livro CONTOS IN CON GRU ENTES (Obra literária sob registro ISBN 83-0615, CDD 861.4 CDU – 861.033, Prosa Brasileira Contemporânea, de 2005).

sexta-feira, 3 de junho de 2011

NOITE PERFUMADA!



Hoje, amanheci
Primavera, em
Pleno outono.


[Marly ferreira]