terça-feira, 29 de novembro de 2016

Independentemente...

Eu não queria a dependência dos que se apegam aos textos porque a realidade dói feito uma amputação a sangue frio...

Queria poder arrancar meu coração como disse Saramago certa vez:

"arranca metade do meu corpo, do meu coração, dos meus sonhos....
tira um pedaço de mim, qualquer coisa que me desfaça.
me recria, porque eu não suporto mais pertencer a tudo, mas não caber em lugar algum"

sábado, 19 de novembro de 2016

Não existo.
Começo a conhecer-me.
Não existo.
Sou o intervalo entre o que desejo ser e os outros me fizeram,
ou metade desse intervalo, porque também há vida ...
Sou isso, enfim ...
Apague a luz, feche a porta e deixe de ter barulhos de chinelos no corredor.
Fique eu no quarto só com o grande sossego de mim mesmo.
É um universo barato.

[Álvaro de Campos]
heterônimo de Fernando Pessoa