terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Partilha Abismos


EssAe silêncio
tão solitário
adentra a alma

cala a manhã

nubla a tarde
acinzenta os sonhos
que no peito arde.
Clamo pra lua
conto os segredos
dessa saudade
que cobre a rua
dói com alarde
na indiferença
do amor que parte.
Então penso,
somos templários,
violamos a calma,
ávidos, com alarde,
sem temer o medo,
somos única presença.
pão que consumimos,
o vinho que se reparte.

Gustavo Antonio Drummond 
Nicecanini.

Eu sou o viajante do deserto que, no regresso,
 diz: viajei apenas para procurar as minhas próprias pegadas.
 Sim, sou aquele que viaja apenas para se cobrir de saudades.
 Eis o deserto, e nele me sonho;
eis o oásis, e nele não sei viver.
MIA COUTO

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Vestida de mim


Hoje é dia de escrever novos capítulos, beber em novas fontes, colher novas flores, plantar novas sementes, cantarolar outras músicas, rever escritos estimados, tomar café quente numa xícara linda, passar com afinco os babados da saia e sair para percorrer os caminhos no mundo.
Hoje vou sem mapa, sem guia, sem ideia pré-concebida.
Hoje vou sair vestida de mim e voltar mais apaziguada que nunca.
|Cláudia Dornelles|

sábado, 28 de janeiro de 2017

FRAGMENTOS

O amor era tão exagerado
que explodiu em cacos,
fragmentos espalhados
por esquinas, lua, becos.
Em locais inusitados,
estilhaços frágeis, fracos,
tanto trabalho pra juntar;
lentamente restaurado.
Obra quase primorosa,
ternuras expostas/cicatrizes,
sentimento costurado,
Colados os deslizes;
uma plástica imperiosa
corações reimplantados.

(gustavo drummond)