Revestida em poeira de estrelas,
não sei quem sou.
Como um corpo talvez celeste,
compartilho mistérios cósmicos...
...flutuo no éter!
Incapaz de racionalizar tal experiência,
entrego-me a descobertas, fascinada!
Vagando no infinito me agiganto,
pasma por tal imensidão.
Sigo luzes ofuscantes,
escorrego nas cadentes,
emergindo novamente, em quem sabe o que.
Numa estrela agonizante?
ou num astro por demais brilhante?
Assisto em tela infinita,
a vida em prata-azul
- sons do silêncio -
Orgia de sonhos reais,
viagem talvez sem volta,
pois, não sei se retornei de onde parti,
O princípio, o fim, o tudo!
(Castro Alves)
