quarta-feira, 21 de abril de 2010

VIAGEM


De Beirute ao seu quintal,
Singro o céu de sua boca,
argonauta sensorial.
Visibilidade pouca,
Sentidos aguçados,
Sentimentos aflorados,
Jornada nas estrelas
ascendentes,
entre cometas ,
começo sem fim,
galopar intermitente,
desviando de planetas,
rosas, espinhos; jardins
suspensos.

Mapa traçado em alto relêvo,
Bússola de alta definição,
Arrisco-me, me atrevo
a percorrer suas sendas,
ingressar em suas fendas,
Astrolábio me indica seus lábios,
me perco nas encruzilhadas
de seus beijs dispersos.
Desvio-me de tantas ciladas,
até chegar ao ponto determinante,
determinado, cumpro a missão.

No exato instante,
que entro pela porta
inexistente.
Pobre demente,
corujas de óculos a me fitar,
árvores frondosas, penumbras,
vagalumes apagados,
arco-íris experimentados,
uma inquieta rumba,
norteia nossa dança
balanço inconstante,
vai de ômega a alfa,
persiste o bastante,
sem dizer adeus.

[gustavo drummond]

Nenhum comentário:

Postar um comentário