terça-feira, 20 de fevereiro de 2024

Sobre o texto :

 Não sei quem o escreveu nem isso é muito importante, mas suponho que deve ter sido uma mulher, já que revela um conhecimento íntimo da condição feminina e é sobre ela que fala.

Diz assim :

"Dizem que, a uma certa idade, nós as mulheres nos fazemos invisíveis. Que nossa atuação na cena da vida diminui e que nos tornamos inexistentes para um mundo onde só cabe o impulso dos anos jovens.


Eu não sei se me tornei invisível para o mundo, mas pode ser. Porém nunca fui tão consciente da minha existência como agora, nunca me senti tão protagonista da minha vida, e nunca desfrutei tanto cada momento da minha existência.


Descobri que não sou uma princesa de contos de fada; descobri o ser humano sensível que sou e também muito forte. Com suas misérias e suas grandezas.


Descobri que posso me permitir o luxo de não ser perfeita, de estar cheia de defeitos, de ter fraquezas, de me enganar, de fazer coisas indevidas e de não corresponder às expectativas dos outros.

E apesar disso…

Gostar de mim!


Quando me olho no espelho e procuro quem fui… sorrio àquela que sou… Me alegro do caminho andado, assumo minhas contradições. Sinto que devo saudar a jovem que fui com carinho, mas deixá-la de lado porque agora me atrapalha. Seu mundo de ilusões e fantasias, já não me interessa. É bom viver sem ter tantas obrigações. Que bom não sentir um desassossego permanente causado por correr atrás de tantos sonhos.


A vida é tão curta e a tarefa de vivê-la é tão difícil que quando começamos a aprendê-la, já é hora de partir...”

Confesso que este último parágrafo me causou algum desconforto, não porque discorde dele,  mas porque toca fundo numa circunstância a que já dediquei algum tempo de reflexão e que tem a ver com a forma como desperdiçamos muito do nosso tempo com coisas que interessam muito pouco e não nos acrescentam em quase nada.

 

Este último parágrafo é um belíssimo alerta. Em meia dúzia de palavras traz-nos a força do efémero e a responsabilidade que temos em fazer com que ele valha a pena. 


©Graça Costa

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