quinta-feira, 31 de outubro de 2024

 Aprendi a gostar da chuva ainda menina. 

Adorava o tilintar no beiral, nas latas d'água, no telhado que me abriagava.

O quintal era pura festa quando o céu se derramava. O chão molhado, um caderno gigante onde era possível desenhar com um graveto os meus sonhos de menina.

E eu navegava nas embarcações de papel que a enxurrada levava e imaginava que lá, muito distante, havia um mar sem tamanho onde o rio desaguava.

Ainda me encanto com a chuva, com a melodia da chuva, com a paz e calmaria que a chuva traz. 

Ainda me vejo menina, numa embarcação de papel que não se desfez com o tempo, nem com a força das águas. 

 Da.

🌨️🌨️🌨️



Nenhum comentário:

Postar um comentário