sexta-feira, 18 de março de 2011

Solidão








Minha solidão é revolta,
ave que não se quer solta,
é tristeza revolta
que brota d’alma e não solta
- solidão de si mesmo!

Solidão requentada de ausências,
paladar de desistência.
Solidão retumbante, dura,
para dar desespero,

solidão pura, imensa dor de cimento!

Portos sem navio apontando o horizonte
ciência sem comprovação teórica
morte sem expiação que a desmonte
verdade sem desvio ou curva utópica

Um trem vagando pela madrugada,
por estações vazias, sem passageiros!

Vagando por mim, este microcosmo
de desejos, esperas ...
um verme lógico e descrente,
áspero e só!

Solidão que consome ...
ausência de janelas ligeiras e escancaradas ...

e quando ela ganhar a poeira da estrada
dentro da noite insone ?

Haverá um grande amor,
quimera redentora,
amizade duradoura,
ou outras mentiras!?

Eu e minha solidão revolta,
ave que não se quer solta
e queima em mim,
feito uma pira!



Mauro Veras

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